Parece mescalina,
mas é só paixão.
Fez o homem dedicar
doces canções mortais
a uma bela cortesã
e removeu com o suor
do corpo em chamas
o batom barato
para escrever "maravilhoso"
nos lábios dos amantes.
Paixão que o tornou ladrão
roubando pedaços do tempo
para tecer o seu sempre.
Que colocou no sorriso do outro
uma parte do escritor
e fechou seus olhos,
para que enxergasse o infinito
e tropeçasse no agora.
Mas a droga escarlate
não ensinou que os mortos
também fecham seus olhos
e o pobre escritor
foi procurar no copo d'álcool
o veneno de Romeu
e só encontrou o reflexo
de um tuberculoso morrendo.
sábado, 18 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário