terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ícaro

Se desejar é delirar,
enlouqueci contigo.

Minhas certezas se encolheram
diante do teu universo,
minhas convicções se tornaram
balbúcias infantis.

E foi como menino,
filho da tua leveza,
que voei por teus lábios.

E foi como menino,
inventor de fantasias,
que procurei a eternidade.

Curiosa inocência!
Mal sabia que a imensidão
é o esconderijo do desejo
e o terreno das chamas.

Curiosa inocência!
Acreditei ser a única mão,
ser nossa a brincadeira
de traçar desenhos nas nuvens.

Pensei ser a paixão
o ingresso para o sempre
e alcei vôos muito altos
para as frágeis asas de cera.

Transitei entre o tudo e o nada
e fui queimado pelos anseios.
Por querer demais, acabei jogado
no louco rio do real.

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