Um olhar desconfiado
e um sorriso todo sádico.
É assim que o desejo
encontra um rosto
no apartamento pequeno.
Desejo que faz sua lei,
escravizando mente e corpo.
Os lábios que hesitavam
unem suas extremidades,
levando os dentes
a comprimir a carne.
Os sussurros tímidos
estouram como fogos
e chegam à rua
como urros de êxtase.
O porão da memória
também lamenta sua ação,
tendo nas úmidas paredes
o eterno retrato do sexo.
O desejo se espalha
e o apartamento se molda.
O quarto deixa de ser pequeno
porque as mordidas ficam,
as lembranças ficam,
e os gritos que dá o tesão
não só acordam o prédio
como despertam a cidade inteira.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
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