quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A dialética do ser

Com uma mão
escrevo uma carta,
com outra
te lanço um tapa.

Te escrevo
como se fosse para outra,
te bato
como o fazia meu pai.

Os rios todos se cruzam
nessa terra de Baco,
inebriando um tempo
sem fim ou começo.

Sei que me querem
novela das oito,
mas enceno Hamlet
na eterna busca do que ser.

E se estou sendo um,
também sou outro
enquanto possibilidade.

Vocês não me enganam,
sei que sou rio de vinho,
dialético processo,
e que me movo assim:
na luta dos contrários.

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